quarta-feira, 28 de novembro de 2007

IDOSO ESPERA 1 HORA PARA SOCORRO DO INEM


Um idoso morreu na manhã de segunda-feira em Sete Rios, Lisboa, e os seus familiares acusam o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) de ter demorado uma hora a enviar uma ambulância ao local. Fernando Barata pensionista de 93 anos terá sentido uma "indisposição súbita" quando se encontrava na paragem do autocarro n.º 70 da Carris, em frente ao Jardim Zoológico, às 10.25: "O meu sogro caiu na rua e ficou inconsciente", conta António Antunes, genro da vítima, esclarecendo que as pessoas que estavam ao seu lado contactaram de imediato o INEM.

Ana Maria Antunes, filha do idoso passou "casualmente" pela zona de Sete Rios e encontrou o pai estendido no chão. "A minha mulher voltou a ligar para o 112, apesar de lhe terem dito que outras pessoas já tinham dado o alerta ao INEM", explicou António Antunes, adiantando que dois agentes da PSP estiveram no local e também terão chamado uma equipa médica do instituto.

António Antunes diz que chegou a Sete Rios "por volta das 11.00", altura em que procurou sentir o pulso de Fernando Barata: "Não consegui encontrar nenhum sinal de vida." De acordo com os familiares da vítima, a ambulância do INEM só chegou à paragem da Carris, em Sete Rios, "por volta das 11.30", tendo a equipa médica tentado reanimar sem sucesso o idoso.

Fonte do INEM contactado pelo DN esclareceu que, após efectuar uma "pesquisa rápida" não conseguiu localizar qualquer chamada na manhã de segunda-feira para a zona de Sete Rios: "Isso não significa que a ligação não tenha sido feita mas, uma vez que em média recebemos três mil chamadas por dia, precisaríamos de mais tempo para encontrar esse registo", explicou o responsável do INEM, esclarecendo que "só durante o dia de amanhã [hoje]" poderiam recolher dados suficientes para averiguar se houve demora na assistência prestada à vítima.

O DN contactou ainda o Comando Metropolitano da PSP de Lisboa que explicou ter apenas o registo da hora em que o corpo de Fernando Barata foi transportado para o Instituto de Medicina Legal. "As 12.00 de segunda-feira enviámos um carro patrulha da esquadra do Rego para recolher o cadáver", revelou fonte da PSP, adiantando não poder confirmar se mais agentes estiveram no local antes dessa hora. "Quando se tratam de ocorrências da competência do INEM, não as incluímos no nosso relatório diário", esclareceu a mesma fonte.

Por enquanto, ainda não é possível determinar a causa de morte de Fernando Barata porque, segundo os familiares, o seu corpo será autopsiado amanhã. "Sabíamos que a saúde dele era frágil, mas não é isso que está em questão. O que é inadmissível é o facto de a ambulância ter demorado uma hora para chegar ao local. Para mim e para a minha mulher permanecerá sempre a dúvida de não saber se uma actuação mais rápida do INEM evitaria ou não a sua morte", rematou António Antunes.

notícia in DN Online

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